A dialética da dependência
Regianne do Nascimento Ferreira
No texto “A dialética da dependência” Ruy Mauro Marini discute a questão da formação do capitalismo dependente na América Latina em relação aos países industrializados ou centrais. Antes de entrarmos propriamente em sua teoria, abordaremos um pouco as teorias desenvolvimentistas, muito em voga na época, as quais Marini se contrapunha.
As teorias desenvolvimentistas problematizavam a questão da subalternidade da América Latina no capitalismo mundial sob o aspecto do recente e não consolidado desenvolvimento das forças capitalistas neste território. No Brasil a corrente nacional-desenvolvimentista ficou conhecida como "Cepal" e teve como maiores expoentes Prebich e Celso Furtado. Esta escola discutia a desvantagem competitiva de nossa economia no mercado mundial devido ao baixo preço das mercadorias aqui produzidas em relação às mercadorias dos países centrais. Os cepalinos viam a saída para o subdesenvolvimento no progresso técnico, especialização e produção de mercadorias com valor agregado. Para isso insistiam na necessidade de uma revolução burguesa que quebrasse as estruturas sociais e econômicas arcaicas, e construísse estruturas de economia capitalista e um Estado Democrático burguês. Colocavam no Estado a responsabilidade pela reestruturação social e do modelo econômico. Pensavam estrategicamente a associação entre os movimentos populares e a burguesia para construção de estruturas democráticas que permitissem a constituição de instituições e políticas públicas voltadas para os anseios da classe trabalhadora. Esta ideia da necessidade de uma revolução burguesa, nos locais onde as bases do capitalismo fossem incipientes, foi herdada da Terceira Internacional, que por sua vez pregava uma junção à burguesia até que fosse alcançado um nível de desenvolvimento econômico que permitisse romper com a mesma e partir para uma revolução da classe trabalhadora. Estes se esqueceram de