A desvalorização do professor na atualidade
O déficit crescente de licenciados que deveriam estar em efetivo exercício profissional, ou seja, exercendo suas atividades como professores, assim como a baixa procura dos jovens pelas licenciaturas, tornou-se, atualmente, no Brasil, objeto de diversos estudos. Nesse contexto, levanta-se uma grande questão: como ser professor e sobreviver em meio a uma sociedade capitalista, já que há uma desvalorização desses profissionais, sobretudo, pelos entes públicos?
Importa esclarecer que no contexto de um sistema capitalista, no qual somos o que produzimos e no qual prevalece uma relação de consumo cada vez mais desenfreada, o educador encontra-se em desvantagem se suas condições objetivas de trabalho forem comparadas a outras profissões de cunho prático, vistas como essenciais para o crescimento e o desenvolvimento do país.
Nesse sentido, verifica-se uma busca por profissões mais bem remuneradas e que estão em evidência, tais como as graduações nas áreas das ciências exatas e biológicas. Ao serem questionados, muitos dos entrevistados, justificam, de maneira incisiva, a sua escolha pelos cursos de bacharelado, justamente pela desvalorização tanto financeira, quanto social, dada hoje aos licenciados, fato que os desmotivam a exercer essa profissão. Essa desvalorização evidencia-se, claramente, por parte dos órgãos competentes, nas unidades federativas, na medida em que esses não investem numa melhor qualidade de ensino, não proporcionando, assim, infraestrutura, recursos materiais adequados e planos de cargos e salários, entre outros elementos, que garantam a dignidade de seus professores.
Além disso, importa ressaltar que em nossa formação social desvaloriza-se, desde os primórdios da história brasileira, o papel dos educadores, como elemento essencial de transformação da realidade na qual estamos inseridos. Verifica-se que os sistemas de ensino além de não oferecem às crianças uma educação pautada