A Descoberta Das Drogas Para Tratamento De Doen As Mentais
Renato M.E. Sabbatini, PhD
A descoberta que existem substâncias psicoativas em plantas e animais parece ter ocorrido desde os albores do surgimento da espécie humana. O Homo sapiens e seus predecessores, os hominídeos, aprenderam desde muito cedo a explorar a Natureza em busca dessas substâncias. Foram achadas evidências, por exemplo, de que o Homem de Neandertal utilizava plantas para alguns tipos de doenças. Entre os pertences achados junto ao caçador neolítico apelidado de Ötzi, descoberto em 1991 em surpreendente estado de conservação em uma geleira austríaca, mais de 5.000 anos depois de sua morte, estava umapequena bolsa de couro com fungos com propriedades medicinais.
A experimentação empírica com os elementos do seu ambiente rendeu a praticamente todos os povos primitivos um acervo considerável de substância psicoativas, que passaram a ser usadas para diversos fins. Entre o povo amazônico Kraô, por exemplo, pesquisadores brasileiros identificaram cerca de 400 plantas de uso medicinal, das quais uma grande parte (138), parece ter alguma ação sobre o sistema nervoso. O motivo para tão surpreendente proporção pode ser o fato de que as ações destes fitoquímicos no comportamento pode ser observada de forma muito mais fácil e rápida do que em outros sistemas orgânicos, estabelecendo-se assim um nexo causal.
Dependendo das plantas nativas de cada região, diferentes etnias descobriram as plantas psicoativas mais conhecidas da humanidade, contendo princípios ativos como alcalóides, álcoois, glicosídeos, etc. (clique no nome da substância para ver sua estrutura química): cafeína Estimulante presente no fruto do cafeeiro (Coffea arabica), proveniente do Oriente Médio. Também está presente em várias outras plantas psicoativas, como o chá (Camellia sinensis), a noz de cola (Cola acuminata), o guaraná (Paulinia cupana) e o cacau (Theobroma cacao). Usado há séculos como energizante, afrodisíaco e em casos de