A descoberta da psicanálise
MESTRADO EM PSICANÁLISE CLÍNICA
A DESCOBERTA DA PSICANÁLISE
Déborah Rocha Sampaio
São Paulo, SP 2015
A história da psicanálise e a história de vida de seu criador, Sigmund Freud, caminham juntas. Como médico neurologista e investigador nato, do que viria a se tornar uma ciência, Freud contribuiu com seus conhecimentos científicos e esmerado empenho pessoal na formulação de conceitos sobre algo que, a princípio, era visto como um assunto para místicos, e assim, deixado de lado pela classe médica de sua época.
Desta forma, podemos dizer que ele foi, sim, um desbravador do inconsciente humano, muitas vezes cismado, persistente, mas os valores que ele agregou a psicologia moderna excedem, e, em muito, o que, talvez outra pessoa, em outra época e lugar, poderia trazer.
Em 06 de maio de 1856, na pequena cidade de Pribor (em alemão Freiberg in Mãhren), na região da Moravia, República Tcheca, [nascia um menino com espessos cabelos negros e pele rosada, chamado Sigismundo (dito Sigmund) Schlomo Freud, cujo pai, Jacob Kallamon Freud era um austríaco descendente de judeus, e a mãe, Amalie Nathanson, terceira esposa de seu pai e 20 anos mais nova, cuidava do lar e da família. Jacob era um comerciante de lãs, mas devido ao fracasso em seus negocios acabaram por mudar-se para Leipzig, e em 1860, para Viena, a grande capital européia, vivendo em um abarrotado gueto judeu.
A família Freud estava bem longe de ser abastada, mudavam-se com frequência e não foram poucas as vezes que dependeram da generosidade de parentes. Em Viena, a família morava em um único aposento com mais dois meio-irmãos já adultos de um casamento anterior.
Quando Freud tinha dois anos de idade, sua mãe teve outro menino chamado Julius, que infelizmente morreu aos seis meses. Isso