A derrota de obama e o tea party
Por José Ricardo Martins*
O “Tea Party” (em tradução livre, a festa do chá) não é partido no sentido político. Não tem líderes ou representantes eleitos ou organização administrativa. No entanto, é talvez a mais poderosa força popular desde a Revolução Americana. Apesar de sua falta de organização estabelecida, pode ameaçar tanto os partidos Democrata e Republicano. O nome escolhido faz referência ao afundamento de três navios carrregados de chá no porto de Bosto em 1773 por causa do monopóleo do chá concedido à Companhia de Comércio Britânca das Índias Orientais e ao imposto ao chá. Os americanos das colônias não aceitavam pagar impostos sem ter representação no Parlamento em Londres: no taxation without representation. Hoje o Tea Party é um movimento social que surgiu em resposta à explosão nos gastos do governo de Obama, da dívida e do aumento de impostos. O núcleo das reivindicações do movimento pode ser resumido na palavra liberdade, como era motivação básica dos colonos americanos no evento de 1773. Com a palavra liberdade, os simpatizantes do grupo querem ver-se livres do governo grande, dos grandes gastos, da grande dívida pública e de imposto grande. De fato, nas últimas décadas, tanto governos democratas quanto republicanos gastaram muito além das possibilidades para financeiar as guerras no Iraque e Afeganistão, debelar a crise financeira, com vultosas somas indo para intituições financeiras e industriais, além do programa de saúde para a população (healthcare) iniciado pelo governo Obama. O resultado é que o total da dívida do governo, incluindo garantias e obrigações, pode chegar a algo em torno de 134 trillion de dólares, quase 10 vezes mais que o PIB (Produto Interno Bruto) americano. O desemprego real do país é cerca de 19 por cento, bem acima das estatísticas oficiais de 9,6%. O dólar perdeu 75 por cento do seu valor contra o ouro na última década. Além disso, os Estados Unidos vêem