A democracia como processo de apoderamento da sociedade.
As raízes dos sistemas políticos de representação encontram-se nos regimes constitucionais dos Estados Modernos. Os regimes políticos antigos e medievais por coexistirem com sociedades escravocratas ou servis não têm identificação com as situações inauguradas com o Estado Moderno.
Mesmo com o Absolutismo, onde a idéia de "contrato" já aparece em vários ideólogos do período e o súdito já seja portador de direitos, sua condição ainda é distante da qualificação de cidadão.
As origens dos sistemas representativos nascem de concepções liberais que expressavam o desenvolvimento e amadurecimento das sociedades mercantis e das condições objetivas de acumulação e do trabalho livre para o surgimento do capitalismo.
Esse processo não foi linear, nem simultâneo, na Europa ou no Novo Mundo, e expressa através das várias correntes teóricas as contradições e conflitos sociais que permearam o surgimento do modo de produção capitalista.
Simploriamente, para efeito desta apresentação, podemos reduzir em duas grandes vertentes ideológicas burguesas a justificação do Estado, sua necessidade e de como se legitima. Ambas partem do direito natural do homem à liberdade e da crítica ao Estado absolutista, em sua justificativa do direito divino das monarquias ou do "contrato" pelo qual os homens para sair do permanente estado de guerra em que, naturalmente, se encontravam, abdicavam da sua soberania e a transferiam de forma absoluta a um rei.
Esta era, para os absolutistas, a única condição para que os homens pudessem viver em harmonia, pois todos abdicavam de sua soberania para um Estado todo poderoso que pelo termor e poder coercitivo garantia a paz e a vida em sociedade.
A principal dessa vertente, a concepção liberal proprietária, possessiva, está no pensamento