A degradação dos solos do rio grande do sul por erosão hídrica
A utilização do solo em grande escala e o avanço da fronteira agrícola no sul do Brasil baseou-se em sistemas trazidos pelos colonizadores europeus. Os alemães começaram a chegar ao estado em 1824. Eles colonizaram a parte inferior da encosta do planalto Norte-Rio-Grandense, sobretudo os vales dos rios Caí, Sinos, Pardo e Taquari. Em 1875 chegaram ao Rio Grande do Sul os primeiros italianos, que colonizaram a parte superior da encosta e a borda do planalto (MOREIRA, 2003).
O fato de os imigrantes trazerem ao estado técnicas de cultivo adequadas aos solos de clima temperado, que envolvia intenso revolvimento do solo, contribuiu para a degradação dos solos do Rio Grande do Sul. Isso porque o sistema utilizado pelos primeiros agricultores no nosso estado baseava-se na retirada de resíduos vegetais da superfície e na intensa mobilização do solo, com o objetivo de oferecer condições ideais para a germinação das sementes. Esse sistema de cultivo é reconhecido como convencional (MARTINAZZO, 2006).
Estas colônias desenvolveram-se rapidamente, à custa da fertilidade natural dos solos de mata, porém, logo entraram em declínio devido ao empobrecimento do solo que, com o esgotamento da matéria orgânico e nutriente, tornaram-se ácidos e improdutivos. Com a exaustão do solo pelos cultivos e aumento populacional, houve o deslocamento dos imigrantes para novas áreas de colonização na zona de matas subtropicais do Planalto Médio, Missões e encostas do rio Uruguai, onde a fertilidade natural dos solos era baixa, dificultando a fixação dos agricultores nesses locais (MARTINAZZO, 2006).
A partir do momento em que os solos do Rio Grande do Sul ficaram exaustos, houve o aumento da migração para outros estados, ocorridos nas décadas de 60 e 70, quando houve a ampliação do tamanho das propriedades e aumento da área cultivada por causa da implantação de uma agricultura mecanizada e utilização de fertilizantes