A DANÇA E A CRIANÇA: TRAMANDO IDÉIAS/AÇÕES
Clayton José Leme de Andrade1
“Depois do jogo, é antes do jogo”
S. Herberger
RESUMO
O presente artigo trata da construção de lógicas fundamentadas no entrecruzamento de pressupostos do desenvolvimento psicomotor, jogos, brincadeiras infantis e a experiência estética construída a partir de processos de investigação em Dança. A brincadeira cria corpos que se organizam de maneira provisória, produz conhecimentos necessários ao desenvolvimento humano na relação com o meio, gerando lugares diferenciados de percepção de si e de ressignificação no mundo, entretanto esses processos de estímulos motores, cognitivos e afetivos, aliados a investigação e processos de criação em Dança se potencializam, promovendo a integração de elementos que se articulam entre ganho de percepção e ampliação de repertórios sígnicos, experiência motora e estética. É nessa relação de trocas constantes e reorganização em tempo real que a construção de processos investigativos de uma possível “Dança para Criança” se verticaliza e se organiza em outros patamares de complexidade. O estudo das brincadeiras infantis se coloca como ambiente estratégico de produção de conhecimento, construindo relações e acordos provisórios que possibilitam o surgimento de problemas e soluções que se reelaboram para a ampliação dos sentidos e das trocas com o meio. Palavras-chave: Dança, Criança, Arte, Desenvolvimento.
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Graduando do Curso de Bacharelado e Licenciatura em Dança da Faculdade de Artes do
Paraná; pesquisador em Dança.
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1. INTRODUÇÃO
A Dança como ambiente de produção de conhecimento, pode ser compreendida na contemporaneidade a partir de diferentes perspectivas.
Seu vasto campo de possibilidades pode oferecer aos investigadores caminhos diversos na construção das relações, nos modos de operar e nas características especificas de disponibilização das idéias no mundo. Essa capacidade de articulação da dança com