A CULTURA DOS GUETOS GANHA O MUNDO
Jovens da periferia encontram na arte o caminho para um futuro melhor
Subúrbios de Nova Iorque e Chicago. Meados de 1970. Pobreza. Violência. Racismo. Tráfico de drogas. Foi neste contexto que nasceu uma das principais tribos urbanas da atualidade, o Hip Hop.
Nesses lugares, o único espaço de lazer oferecido aos jovens, eram as ruas. E o que as ruas ofereciam aos jovens era a “grande oportunidade” de filiarem-se a gangues, que, violentamente, se confrontavam na luta por domínio territorial.
Como forma de protesto a essa realidade, na década de 1970 foram criadas diferentes manifestações artísticas de rua, novas formas de expressão, uma maneira de canalizar a violência e a opressão. Os jovens passaram a frequentar festas e a dançar “break”, a competição entre gangues passou a ser feita com passos de dança e não mais com armas, a gangue que se destacava era a que passava a comandar o território. A proposta veio de Afrika Bambaataa – considerado o pai do movimento -, que, quando decidiu fundar o Hip Hop (termo em inglês, que, traduzido literalmente, significa “saltar movimentando os quadris”), o fez com desejo de estimular “paz, amor, diversão e união”, como ele mesmo chegou a declarar.
No Brasil, o movimento originou-se de tradicionais encontros na rua 24 de Maio e no Metrô São Bento (centro de São Paulo), por volta dos anos 1980, de onde saíram muitos artistas reconhecidos como Thaíde, Racionais MC's, Rappin Hood, Projota, Rashid, entre outros.
Desde 1970, o Hip Hop tem se desenvolvido e ganhado força nas ruas, na mídia nacional e até internacional. Porém, mesmo com reconhecimento, o movimento ainda sofre preconceitos, e é alvo de muitas críticas na socidade.
“As opiniões sobre o Hip Hop são muito diferentes. Tem gente que pensa que o Hip Hop é coisa ruim, de favelado. Mas tem gente que pensa que é uma filosofia, tem gente que considera um estilo de vida. Em minha opinião, o Hip Hop se resume a arte, a expressão”,