A cultura do Eco Gloss
Neste texto, Norval Baitello – professor da Pós Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP – tenta resgatar a profundidade que a imagem evocava em em suas primeiras manifestações, quando existia para dar forma a uma realidade que transcendia o olhar. Em contrapartida, verá no mundo atual, com a multiplicação exagerada das imagens, a causa de sua banalização e esvaziamento. Apesar do pessimismo, a crítica apresentada neste texto nos permite situar as condições que garantem à imagem seu valor na cultura.
Auto-referência: fazer referência é apontar para algo. Auto-referência é a qualidade daquilo que só aponta para si mesmo.
Demoscopia: do grego demos (povo) + skopeín (observar); pesquisa sobre o pensamento de uma coletividade, sobre a chamada opinião pública.
Determinística: relativo à crença de que, observando-se um dado fenômeno, é possível localizar com precisão suas causas e efeitos, isto é, sua história no passado e no futuro.
Efígie: forma ou imagem, no sentido superficial de aparência, contorno.
Endogamia: do grego endo (dentro) + gamos (união, casamento). Refere-se ao casamento entre membros de um mesmo grupo ou casta, que tem afinidades predefinidas.
Entômico: este termo tem, provavelmente, um duplo sentido. O primeiro deles está definido no próprio artigo. Dentro do segundo, entômico se refere a “inseto” (entomologia = estudo dos insetos). Assim, a “sociedade entômica” pode ser entendida como uma espécie de “formigueiro”, um lugar em que o ser vivo não é mais “sujeito”, é apenas uma peça funcional de um todo, sem movimentos próprios.
Iconofagia: do grego eikon (imagem) + phageín (comer); ação de devorar imagens.
Noosfera: termo usado pela primeira vez pelo cientista ucraniano Vladimir Ivanovich Vernadsky, que fala de três etapas do desenvolvimento da Terra: como geosfera (predomínio da matéria sem vida); como biosfera (predomínio da vida); e como noosfera (predomínio do pensamento, da inteligência). O