A Crítica Orgânica à Máquina
Introdução
Neste ensaio será abordada a arquitetura orgânica como uma corrente arquitetónica com origem na era moderna e que se contrapõe às ideologias até então consideradas, pelo seu carácter único e tão ligado às leis naturais. Explicar-se-á a definição do termo orgânico e de que formas este é facilmente adotado às várias áreas sociais e culturais. Evidenciam-se a principais características do movimento e os seus impulsionadores fundamentais, de forma a entender as influências e obras que dela nasceram.
Génese e definição de arquitetura orgânica
O termo orgânico deriva de órgão e organismos, de processos ligados à vida. Por sua vez, o organicismo procura exprimir as experiências da vida e interpreta as suas propriedades, adapta a ideia de progresso e movimento espontâneo desta e funde o tempo no espaço, dando origem a um organismo que cresce do interior para o exterior. Tal como os organismos vivos, as formas de recorte orgânico preferem as geometrias mais complexas, compostas pela reunião de convexidades, concavidades e curvas.
O organicismo representa também uma corrente de pensamento filosófica e sociológica na qual se compara a sociedade a um organismo vivo; assim, os elementos que a compõe desempenham o papel de órgãos, que se definem pela sua função e contribuição para a sobrevivência e consistência de todo o conjunto. Deste pensamento bebe também a manifestação organicista na arquitetura, cada parte evidencia a sua própria identidade, mas, ao mesmo tempo, deve ser polida com vista a pertencer ao todo. A arquitetura orgânica contrapõe-se ao geometrismo, aos standards impessoais do racionalismo, imprimindo o homem, a sua escala e o movimento, no espaço; reflete nas novas necessidades sociais, no interesse volumétrico e nas formas inspiradas na Natureza. Os edifícios são feitos para satisfazer o homem a nível material, psicológico e espiritual. “Orgânico, era, pois, um atributo que tinha na sua base
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