A CRITICA DA PSICOLOGIA E A TAREFA DA CRITICA NA PSICOLOGIA
Introdução
Esse artigo coloca em discussão a necessidade de aprofundarmos a crítica da Psicologia como ciência e, ao mesmo tempo, desenvolvermos o pensamento crítico na Psicologia.
Especialmente a partir do final da década de 1980, vem se consolidando um movimento de crítica voltado para o desvelamento dos comprometimentos ideológicos da Psicologia com as demandas postas pelo desenvolvimento do capitalismo.
Entretanto, embora imprescindível, esse desvelamento não garante o desenvolvimento do pensamento crítico na Psicologia. A intenção de buscar a construção de posicionamentos mais contextualizados por si só não é suficiente, já que atualmente tornou-se lugar comum a afirmação da necessidade de se compreender o homem como um ser histórico e social, o que muitas vezes, não passa de uma adesão sem maiores significados e consequências a uma tendência que tem sido considerada como atual ou "moderna".
É fundamental trazer para o centro das discussões a inconsistência de muitas teorias psicológicas, sustentadas ora por concepções subjetivistas as quais analisam os fenômenos psicológicos como produtos internos do indivíduo, ora por visões objetivistas, que os compreendem como resultados de influências exteriores, limitando-se a um enfoque estritamente sócio político que reduz todos os problemas ao conhecimento e à crítica das relações sociais.
As implicações dessas teorias são já bastante conhecidas: a descontextualização e fragmentação do indivíduo, a psicologização do social e a naturalização dos fenômenos humanos como resultado da negação seu caráter fundamentalmente histórico, a desconsideração pelas desigualdades sociais e, concomitantemente, uma acentuada preocupação com a construção de teorias e técnicas dirigidas principalmente à adaptação social dos indivíduos.
As lições desta história nos colocam diante do desafio extremamente complexo de avançarmos nesse processo de crítica e nos envolvermos de forma