A crise no senado brasileiro
A crise atual é típica do Presidencialismo. Por quê?
Como se dão as alianças políticas entre Executivo e Legislativo no Parlamentarismo e no Presidencialismo:
Em um Sistema Parlamentarista, o Congresso elege o Primeiro-Ministro (Chefe do Executivo). O voto dos parlamentares a um determinado candidato já assinala a intenção de apoiar o seu Programa de Governo no decorrer do mandato. Quando por alguma razão, o Primeiro-Ministro eleito perde o apoio dos que o elegeram, ocorre uma nova eleição e assim sucessivamente. É o que poderá ocorrer em breve na Itália, onde o Primeiro-Ministro Sílvio Berlusconi está perdendo o apoio dos parlamentares católicos. E o que ocorreu na Inglaterra recentemente com Tony Blair que se desgastou após apoiar e dar suporte à invasão americana no Iraque. Nestes casos, ocorre uma nova eleição interna na qual votam os congressistas. Por maioria, escolhem um novo Primeiro-Ministro.
O Sistema Parlamentarista, aparentemente, dispensa as alianças intrapartidárias, embora elas ocorram, sim, internamente, no momento da eleição. A vantagem do sistema parlamentarista é que o processo eleitoral supõe uma garantia de governabilidade, uma base sólida de apoio ao executivo no Parlamento já que o Primeiro-ministro é eleito entre os próprios parlamentares. A desvantagem do Parlamentarismo é que não há eleição direta para o Chefe do Executivo. O povo elege os congressistas e estes escolhem o Primeiro-Ministro bem como o substituem, sempre que ocorre um rearranjo de forças, seja em função da situação interna ou externa do país, ou porque há uma renovação periódica do congresso, por exemplo, com as eleições de quatro em quatro anos.
O Sistema presidencialista possui a vantagem da eleição direta, pelo povo, para Presidente da República (Chefe do Executivo). Mas, ao ser eleito pelo povo e não pelo congresso o governo precisa construir uma "maioria parlamentar", uma "base de governo" que lhe dê condições de "governabilidade".