A crise na união europeia
Enviado por luisnassif, qua, 17/11/2010 - 09:22
Coluna Econômica
A União Europeia passa pelo maior desafio de sua história, desde a criação do euro.
Em 1o de dezembro de 2009 entrou em vigor o Tratado de Lisboa, substituindo os tratados da União Europeia e da Comunidade Europeia.
O novo Tratado trouxe uma série de inovações.
Primeiro, reforçou o Parlamento Europeu. Os deputados passaram a ser eleitos por voto direto e o Parlamento teve seus poderes ampliados.
Para contrabalançar esse aumento de influência, conferiu aos parlamentos nacionais o poder definir em que situações a UE poderia intervir em países – apenas quando comprovado que sua atuação seria mais eficiente que a dos estados nacionais.
Também permitiu as emendas populares, a apresentação de propostas diretamente ao PE, desde que subscrita por mais de um milhão de eleitores.
Finalmente, pela primeira vez reconheceu explicitamente a possibilidade de um Estado membro se desligar da UE.
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Parecia que a UE entraria na reta final de consolidação. A primeira foram os acordos comerciais, ainda nos anos 60. Depois, a consolidação do equilíbrio fiscal dos diversos países e a definição de regras para que os mais fortes amparassem os mais fracos, visando a criação de um continente homogêneo.
Finalmente, o fortalecimento do Parlamento Europeu, podendo legislar para todos os países.
A crise econômica global criou riscos enormes a essa integração – que explodiram ontem em impasses de difícil resolução.
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O impasse surgiu em função do não cumprimento das metas fiscais acordadas com a Grécia – um dos países que mais sofreu com a crise.
A UE acertou um empréstimo de US$ 150 bilhões à Grécia, em troca da redução do seu déficit fiscal. US$ 30 bi já haviam sido liberados quando se constatou que a meta não seria atingida. Constatou-se que o déficit de 2009 chegou a 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB), quase dois pontos acima das metas acertadas.
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