A crise francesa
A França do século XVIII enfrentava uma crise generalizada de ordem política, econômica, social e cultural. A burguesia passava a desempenhar um papel de destaque na economia francesa a medida que os negócios prosperavam e cresciam as cidades. A nobreza e o clero, grupos privilegiados da sociedade na época, impediam a participação direta da burguesia na política.
A crise econômica que a França passava, fora provocada em parte, pelas péssimas colheitas devido às tempestades e chuvas de granizo. Com isso o preço dos alimentos aumentou muito, pois havia pouco alimento e portanto os camponeses não tinham estoque para vender e sem estoque não vendiam e então não tinham dinheiro para adquirir bens e com isso a crise se espalhou pelos outros setores.
O Estado também estava em dificuldades financeiras, pois gastava mais do que arrecadava e, para tentar equilibrar a situação dos cofres públicos, o governo estava querendo aumentar os impostos, isso revoltou ainda mais a população que já estava questionando os privilégios do clero e da nobreza.
Em 1787, o Ministério das Finanças propôs à Assembléia dos Notáveis (formada por nobres escolhidos pelo rei), uma reforma fiscal, onde todos os proprietários, nobres e plebeus, passariam a pagar impostos sobre a terra. A Assembléia se recusou a aprovar essa reforma e disse que só os Estados Gerais (assembléia dos representantes dos três estados franceses: clero, nobreza e povo que era convocada somente pelo rei e que funcionava como um conselho consultivo do rei) tinham o poder de decidir sobre a criação de novos impostos. Com isso os nobres passaram a pressionar o rei para que convocasse os Estados Gerais.
Em 5 de maio de 1789, os deputados das três ordens foram convocados a se apresentarem no Palácio de Versalhes. No início dos debates já havia conflito sobre o sistema de votação. O clero e a nobreza exigiam o voto por “ordem” (o representante de cada estado teria direito a UM voto), isso