A crise economica mundial e a teoria marxista sobre a crise.
NOTAS DE PESQUISA
Apresentação
A crise econômica mundial de 2008 constitui o ponto de partida deste estudo sobre a natureza dessa crise e as explicações sobre suas determinações oferecidas no campo da teoria marxista. O objetivo do estudo é avaliar e tentar avançar o conhecimento sobre a estrutura, a dinâmica e a história do capitalismo na perspectiva marxista, implicando, nesse mesmo processo, a crítica das vertentes de pensamento que se propõe como este conhecimento na atualidade. As crises econômicas, por fazerem parte intrínseca da dinâmica do capitalismo, acentuam as contradições desse sistema. Esta análise é fundamental para uma tomada de posição política com base no nível de consciência e de organização da classe operária cujos interesses são antagônicos aos da classe capitalista. Na medida em que nos situamos no interior deste campo é inevitável, portanto, examinar as teorias sobre as crises também em suas conseqüências políticas. Serão examinadas, sob a forma de notas de pesquisa, as teorias elaboradas por Paul Baran e Paul Sweezy que sustentam até o momento as posições do grupo editor da revista Monthly Review e por François Chesnais, num espectro que abrange o marxismo ocidental dos dois lados do Atlântico. O elemento comum entre as duas teorias é a assunção de que após 1974 o capitalismo entrou numa fase de estagnação, com crescimento lento, desemprego elevado e especulação financeira.
Rio de Janeiro, julho de 2010. Eduardo Stotz1 e Ivaldo Pontes2 Especial para o Portal do Centro Victor Meyer
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Eduardo Navarro Stotz, graduado em ciências sociais (IFCS-UFRJ) e pós-graduado (mestrado) em História (ICHF-UFF), pesquisador do Centro de Estudos de História da República, do Museu da República. 2 Ivaldo Pontes Filho, professor adjunto da Universidade de Pernambuco.
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NOTA 1 – A crise econômica mundial e a teoria do capital monopolista
A crise desencadeada na “sexta-feira negra”