A Crise dos Anos 20 e a Revolução de 30
Trinta . Rio de Janeiro: CPDOC, 2006. 26f.
A Crise dos Anos Vinte e a Revolução de Trinta
Marieta de Moraes Ferreira
Surama Conde Sá Pinto
1. Introdução
Nos anos vinte a sociedade brasileira viveu um período de grande efervescência e profundas transformações. Mergulhado numa crise cujos sintomas se manifestaram nos mais variados planos o país experimentou uma fase de transição cujas rupturas mais drásticas se concretizariam a partir do movimento de 1930.
O ano de 1922, em especial, aglutinou uma sucessão de eventos que mudaram de forma significativa o panorama político e cultural brasileiro. A semana de Arte
Moderna, a criação do Partido Comunista, o movimento tenentista, a criação do Centro
Dom Vital, a comemoração do centenário da Independência e a própria sucessão presidencial de 1922 foram indicadores importantes dos novos ventos que sopravam, colocando em questão os padrões culturais e políticos da Primeira República.
Do ponto de vista econômico, a década de vinte foi marcada por altos e baixos.
Se nos primeiros anos o declínio dos preços internacionais do café gerou efeitos graves sobre o conjunto da economia brasileira, como a alta da inflação e uma crise fiscal sem precedentes, por outro também se verificou uma significativa expansão do setor cafeeiro e das atividades a ele vinculadas. Passados os primeiros momentos de dificuldades, o país conheceu um processo de crescimento expressivo que se manteve até a Grande
Depressão em 1929. 1 A diversificação da agricultura, um maior desenvolvimento das atividades industriais, a expansão de empresas já existentes e o surgimento de novos estabelecimentos ligados a indústria de base foram importantes sinais do processo de complexificação pelo qual passava a economia brasileira.
Junto com estas mudanças observadas no quadro econômico processava-se a ampliação dos setores urbanos com o crescimento