A CRISE DO TR NSITO EM S O PAULO E SEUS CUSTOS
| Espaços Urbanos • A crise do trânsito em São Paulo e seus custos
A crise do trânsito em São
Paulo e seus custos
É tempo de repensar o modelo viário paulistano. Em face do aumento da frota de automóveis e congestionamentos nas principais vias da metrópole, investimentos em infraestrutura tornam-se indispensáveis para melhorar a circulação do trânsito
| Por Marcos Cintra
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e acordo com o relatório State of the World’s
Cities 2012–2013, elaborado pela Organização das Nações Unidas (ONU), os centros urbanos
(e não os países) vão comandar a criação de riquezas no planeta. Para reforçar essa ideia, a entidade afirma que “o bom ambiente urbano é tão determinante no século XXI como a matéria-prima foi para a indústria no século XIX”.
Infraestrutura, produtividade econômica, qualidade de vida, inclusão social e sustentabilidade ambiental são as vertentes sobre as quais o relatório foi produzido. São Paulo é a única cidade brasileira a aparecer na lista.
Nesse estudo, o quesito infraestrutura contempla um dos maiores entraves a ser enfrentado por São Paulo: a crítica situação de mobilidade dos paulistanos, que compromete severamente os outros elementos considerados no estudo, como a produtividade econômica, a qualidade de vida e o meio ambiente.
As perdas geradas pela crise da mobilidade paulistana impõem um desafio aos gestores públicos, ao setor produtivo
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GVexecutivo • V 12 • N 2 • JUL/DEZ 2013
e às instituições acadêmicas e de classe. Afinal, o desperdício de recursos por conta dos congestionamentos ultrapassa
R$ 40 bilhões por ano.
Expansão da frota paulistana
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em setembro de 2012, a cidade de São Paulo contava com mais de 4,8 milhões de automóveis nas ruas, ou seja, 11,5% da frota brasileira. Entre 2001 e 2012, a frota paulistana cresceu 54%, enquanto a população da cidade cresceu 8%, elevando o número de veículos por habitante de 0,30 para 0,42 no mesmo período, quase o dobro do índice nacional