A crise de identidade do professor de português.
Claudiane Resendes Santos
A CRISE DE IDENTIDADE DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS.
De acordo com o autor Paulo Coimbra Guedes em seu livro “A Formação do Professor de Português: que língua vamos ensinar?” o qual na primeira seção aborda a crise da identidade do professor de português mostrando a relação entre língua e poder no percurso da nossa história, nos mostra que esta crise tem sua raiz na crise de uma língua padrão imaginária à qual ele tem que proteger da “invasão” da língua do povo, enquanto ele mesmo identifica-se com o povo. O trabalho desses profissionais resumiu-se ao “ensino diluído da metalinguística da gramática tradicional” (p.13) cada vez mais distante da realidade de professores e alunos. Desde os jesuítas até hoje, o mestre não produz o saber apenas o transmite.
O sujeito professor de língua portuguesa só o é porque passou por um processo de identificação, e via discurso, ele subjetiva sua relação como um sujeito que tem como instrumento de trabalho o ensinar a língua. Para sua constituição entram em jogo memórias que advêm de diversos espaços e tempos. Ao tentar identificar o processo que origina a identidade do professor deve-se perceber, portanto, a indissolúvel união existente entre o professor como pessoa e o professor como profissional. As implicações dessa identificação são óbvias: não é possível que jogue fora as suas crenças e que se liberte da especificidade do seu caráter quando realiza as suas atividades docentes. Trata-se de pensar sobre como determinados modos de ser pessoa relacionam-se ao exercício da profissão. É o que ressalta Moita Lopes (2003, p. 250): Entendo a investigação da construção social da identidade profissional como crucial para um melhor entendimento da inscrição do professor em nossa sociedade e como um início significativo de um caminho que pode, futuramente, levar a uma interação mais estreita de vidas pessoal e profissional,