A crise de 1962-1967, o paeg e as bases do milagre econômico
Apesar da trajetória de intenso crescimento entre 1956 e 1962 a economia começou a apresentar indícios de desaceleração que se estendeu até 1967. Neste período a taxa média de crescimento do PIB despencou à metade da alcançada anteriormente devido o capital fixo tornar-se negativo em 1963 o que também ocorreu com o crescimento da produção industrial aliado com a alta inflação que chegou a registrar uma taxa anual de 90% em 1964.
Diante de várias versões para o motivo do ocorrido alguns autores concluíram que a causa seria a política de estabilização recessiva do Plano Trienal, baseada em forte contração monetária porém se considerássemos uma explicação abrangente deveríamos mencionar outros pontos levantados durante o período como a instabilidade política após a renúncia de Janio Quadros, as políticas de estabilização recessivas como o Plano Trienal, o próprio PAEG (1964), e também o fato de que era uma economia recém-industrializada e ainda muito dependente do setor externo que apresentava crescentes oscilações cambiais.
Em seu curto governo, Janio Quadros apresentou uma política econômica bastante conservadora para enfrentar os problemas vindos do governo JK. Em 1961 uma reforma cambial com desvalorização em 100% do câmbio de custo para as importações preferenciais, como petróleo e papel de imprensa.Em maio e junho o governo apresentou sucesso na renegociação das dívidas com credores externos e com organismos internacionais através de prorrogações de vencimentos da dívida externa do período 1961/1965. Com a renúncia em agosto de 1961 não foi possível dar a continuidade de sua política econômica.
Apesar da posse do vice-presidente João Goulart haviam limitações impostas pelo regime parlamentarista devido os vetos militares. Três gabinetes parlamentares não conseguiam implementar nenhuma política econômica consistente devido à indefinição política resultando em taxa inflacionária de 45,5% em 1962