Inicialmente, para bem compreendermos a crise que iniciou-se no dia 29 de outubro de 1929, há a necessidade de se fazer uma retrospectiva histórica, principalmente quanto a Primeira Guerra Mundial e demais fatores que fizeram desencadear a dramática “quinta-feira negra”. A Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) ocorreu pela busca de matéria prima e de mercado consumidor, itens sempre necessários ao capitalismo. Com o fim da guerra, os Estados Unidos foram vitoriosos e houve a necessidade da reconstrução da Europa, com sua população necessitada de todos os tipos de produtos. De devedora, a economia norte-americana transformou-se na principal credora da economia mundial e expandiu sua indústria e produção agrícola atendendo as necessidades da Europa destruída. Tal expansão econômica acabou por se refletir no mercado de ações, os cidadãos de todas as classes sociais investiam parte de suas economias no setor de ações, todos esperando ascender socialmente, conquistando o sonho americano. No entanto, a Europa foi se reerguendo do pós-guerra, passando a suprir suas próprias necessidades de produtos manufaturados e agrícolas. Começou a ocorrer uma oferta maior que a demanda, com os estoques cheios, as empresas começaram a demitir, ocorreu também superprodução agrícola. Tudo isso somado com a pouca disposição estatal em intervir no mercado (ótica liberal) acabou por derrubar o valor das ações, resultando na quebra da bolsa de Nova Iorque. Lembrando que não havia separação entre bancos comerciais e os bancos de investimento (atualmente existe o “chinese wall” que obriga a existência de tal separação) que realizavam investimentos de auto risco, comprometendo os recursos dos depositantes. Também, as respostas do governo à crise, resultaram na propagação das quebras (falta de crédito, desconfiança), aquisição da produção pelo governo e do aumento do desemprego. A crise da década de 20 durou vários anos, principalmente pela ausência de coordenação supranacional e a