A crise da sociologia rural no brasil
INTRODUÇÃO A produção teórica sobre o “mundo rural” no Brasil dos últimos trinta anos poderia ser caracterizada, por um lado, pela variedade de temas tratados, pelo número significativo das pesquisas empíricas realizadas que possibilitaram a coleta de abundantes informações e dados sobre a realidade agrária, e pelo outro, pela influência de referenciais marxistas. Porém é necessário assinalar que uma parte importante dessa produção teórica está vinculada, em menor grau, às tradições teórico-metodológicas funcionalistas, predominantes na sociologia americana da década de 60. Atualmente, existe uma relativa incapacidade da “sociologia rural” brasileira de explicar as mudanças no “mundo rural”. Alguns autores brasileiros parecem ter dificuldade em deixar de lado “velhas idéias” como a “diferenciação social na agricultura e a polarização de classes” oriunda da “tradição marxista clássica”, enquanto que a nível internacional existe uma outra dinâmica que incorpora novas questões e novas perspectivas teórico-metodológicas para entender velhos problemas. A ausência de um debate científico e livre de conotações “ideológicas” sobre a problemática agrária, parece ter reduzido as possibilidades de inovações teórico-metodológicas que, ao mesmo tempo contemple as mudanças da realidade e as discussões a nível internacional. Apesar disso, alguns autores começam a chamar a atenção sobre a necessidade de repensar o “mundo rural” a partir das transformações que estão ocorrendo em escala mundial. Este artigo está estruturado em cinco