A Crise da Modernização Brasileira no Romance “Parque Industrial”
Christiane Helena De Oliveira Cassiano
Resumo Este artigo tem por objetivo discutir sobre o romance “Parque industrial” de Patrícia Galvão, primeiro romance proletário da Literatura brasileira, em que são narrados/denunciados fatos que se passam no cenário político da Revolução de 1930. Expondo um olhar para a crise da modernização, através dos relatos das personagens, para mostrar uma pequena porção da crise na modernidade brasileira.
Palavras-chaves: Crise, Patrícia Galvão, Modernismo, Parque Industrial
Introdução
A primeira fase do Modernismo no Brasil estende-se de 1922 a 1930. Período em que o Brasil vive o fim da chamada República Velha, quando as oligarquias ligadas aos grandes proprietários rurais detinham o poder. Em termos econômicos, o mundo encaminhava-se para um colapso, concretizado pela quebra da bolsa de Nova YorK, em 1929.
De acordo com Hobsbawn (1995), como grande parte das empresas americanas possuíam ações na Bolsa de Valores de Nova York, e estas se desvalorizaram devido à crise que se iniciava, muitos investidores decidiram vender suas ações em um mesmo momento, levando a uma desvalorização ainda maior. Esse efeito foi impactante na vida de muitas pessoas e empresas, causando não apenas a mudança de classe destas pessoas, como também a falência de várias empresas e o consequente desemprego. Houve impacto na economia dos países que mantinham relações econômicas com os Estados Unidos, ou seja, a crise de 29, também conhecida como “A Grande Depressão”, atingiu praticamente todos os continentes.
O Brasil, que dependia em grande parte das explorações de café, sofreu um duro golpe com a quebra da bolsa e passou a vivenciar um período de grande instabilidade econômica. Essa crise produziu grande deslocamento de pessoas, o conhecido êxodo rural, que trouxe várias pessoas do campo para trabalhar nas cidades. E lançados na sociedade