A crise da filosofia burguesa
Se nos dermos ao trabalho de estudar atentamente a evolução da filosofia burguesa destes últimos tempos, veremos que suas próprias bases são periodicamente postas em questão.
O fato da crise é, portanto, quase indiscutível. Sua descrição e seu estudo crítico constituem já uma tarefa bem complexa, tanto no plano histórico como de um ponto de vista particularmente filosófico. É aí, com efeito, que desde já se coloca a questão: o que há de especificamente novo na filosofia do período imperialista? É na verdade radicalmente nova? E, em caso afirmativo, em que reside sua novidade?
Lênin levantou-se contra a tendência representada por aqueles que se propunham estudar a estrutura econômica e as leis internas do capitalismo
A filosofia do imperialismo não pode ser compreendida e criticada senão à luz das leis fundamentais da sociedade capitalista, porque é evidente que a influência da estrutura econômica manifesta se igualmente no domínio da filosofia
Nesta busca desordenada e incessantemente retomada de fontes antigas sempre diferentes, manifestam-se ainda uma vez sinais da crise no plano histórico.
O que há então de novo na filosofia do período imperialista? No seu conjunto, essa filosofia é o reflexo, no plano do pensamento, do imperialismo mesmo, isto é, do estágio supremo do capitalismo, que é também o mais rico em contradições. As contradições próprias à sociedade capitalista, que determinam à evolução, quanto mais essas contradições são profundas e irreconciliáveis, tanto mais nítida é a ruptura – a causa mesma da crise da filosofia – entre o pensamento filosófico burgu6es e a evolução da realidade social.
Na sociedade capitalista, o fetichismo é inerente a todas as manifestações ideológicas, para esses observadores enganados pela miragem superficial da realidade social, como coisas; as relações entre os seres humanos aparecem, portanto sob os aspectos de uma coisa, de um fetiche, Ora, a sociedade capitalista mascara