A criação de novos municípios e a formação da elite
Os novos municípios do estado do Pará têm em sua estrutura local um importante elemento explicativo do funcionamento da modernização do mercado.
A maioria desses municípios é formada por migrantes vindos de quase todo Brasil, sobretudo dos estados da região nordeste. Enganam-se quem acha que a população de uma cidade é definida pelas oportunidades. Temos exemplos vivo. Canaã dos Carajás, nossa vizinha Parauapebas, entre outras.
Apesar de o Estado ter todo um interesse estratégico na distribuição da população em seu território, esse papel é definido mesmo pelas grandes empresas, que são determinantes no deslocamento e concentração da população em determinados lugares. As empresas procuram realizar a maior mobilidade geográfica possível da população para satisfazer suas necessidades de mão-de-obra.
No caso da Amazônia, a migração acontece por pessoas provindas de cidades paupérrimas no nordeste. Esse deslocamento ocorre primeiramente por meio de políticas territoriais estatais e federais que, além de atender objetivos estratégicos, atendem também as exigências do mercado.
Olhando por esse lado não se pode afirmar que a decisão de migrar seja uma decisão individual. Um bom exemplo foi à migração para Canaã dos Carajás. Uma cidade provinda de um assentamento rural tem fortes características de que quem veio pra essa terra selecionado pela política da “reforma agrária” não escolheu realmente vir para esse lugar por livre e espontânea vontade. Tudo é conseqüência de um processo mais amplo que envolve os novos usos do território. Nova divisão territorial não só do próprio território, mas também do trabalho. Isso faz com que esses novos territórios sejam valorizados e consequentemente desvaloriza outros.
Fazendo uma análise histórica da dinâmica territorial de nossa mesorregião, observa-se a formação de um grupo político elitizado provindo de divisões sociais e territoriais. Quando se fala em elite não me