A criança e a língua estrangeira: contribuições psicopedagógicas para o processo de ensino e aprendizagem
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL E CLÍNICA
A CRIANÇA E A LÍNGUA ESTRANGEIRA: CONTRIBUIÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
MARIA GONÇALVES SILVA
FORTALEZA - CE
ABRIL – 2012
INTRODUÇÃO
Entender a capacidade humana de aprender e assimilar línguas é interesse de teóricos há muito tempo. Estudos e experiências científicas sobre o assunto datam de pelo menos dois séculos. É notória a dificuldade que as crianças têm de aprender tanto a escrita como a pronúncia. Prova disso, é um relato feito pelo estudioso francês François Gouin em 1880, que foi publicado por Brown, (1994), em sua obra Principles of language learning and teaching. Nessa obra, Brown cita a experiência narrada pelo próprio protagonista do estudo, o teórico Gouin, que acreditando que o princípio da aprendizagem de línguas era traduzir, repetir e decorar palavras se isolou do mundo e decidiu aprender alemão por conta própria. Alguns anos após se entregar totalmente ao estudo da gramática e de uma série de exercícios repetitivos, Goiun estava deslumbrado com a língua alemã, e acreditando já saber o suficiente para se comunicar, se propôs a fazer um teste do idioma e foi reprovado. A grande surpresa do mestre, ainda na tradução de Brown (1994), não foi a reprovação, mas sim, o fato dele não ter entendido absolutamente nada do que os entrevistadores lhe perguntaram. Mesmo após os relatos da experiência fracassada de Goiun, muito se insistiu na aprendizagem de línguas por meio de repetições e decoros gramaticais. Essa insistência fez com que Schutz (2007) retomasse o assunto em sua obra A evolução do aprendizado de línguas ao longo de um século, destacando que embora a prioridade da língua escrita sobre a falada tenha tido ênfase até o século XX, ainda hoje se faz presente em algumas instituições de