A Criança Disléxica e a Clínica Psicopedagógica.
Profa. Áurea Maria Stavale Gonçalves
Psicóloga e Psicopedagoga, Profissional Voluntária do CAE
Para os professores é um aluno desatento.
Para os pais : preguiçoso.
Ele mesmo considera-se " burro ".
Preguiçoso, desligado , desorganizado são adjetivos que costumam acompanhar o disléxico , fazendo parte de seu dia-a-dia. É com uma vivência de múltiplos insucessos e com sua auto-estima bastante rebaixada que a criança (ou adolescente) disléxica chega ao consultório do psicopedagogo.
Dificuldades na leitura e na escrita, letra ruim, troca de letras , lentidão caracterizam esse distúrbio de aprendizagem. Essa criança com inteligência, geralmente , acima da média , enxerga e ouve bem , expressa-se com fluência oralmente , no entanto ,seu desempenho escolar não combina com seu padrão geral de atuação.
O mais freqüente é os pais buscarem um psicopedagogo quando a criança está com 10, 11 anos, iniciando a 5ª série. Nessa fase , enfrentam múltiplas exigências , de diferentes professores e sua desorganização e dificuldade na leitura e expressão escrita ficam muito evidentes.
Grande parte da intervenção psicopedagógica estará em buscar os talentos - muitas vezes , escondidos - dessa criança; os fracassos , sem dúvida , ela já os conhece bem ; são constantemente explicitados na escola, na família e entre seus pares. Outra tarefa da clínica psicopedagógica é ajudar essa pessoa a descobrir modos compensatórios de aprender. Jogos, leituras compartilhadas, atividades específicas para desenvolver a escrita e habilidades de memória e atenção fazem parte do processo de intervenção. à medida que essa criança se percebe capaz de produzir poderá avançar no seu processo de aprendizagem e iniciar o resgate de sua auto-estima.
No atendimento a qualquer criança com dificuldade de aprendizagem se faz necessária uma parceria envolvendo o psicopedagogo , pais e a escola . No caso da dislexia essa parceria é vital no processo de aprender