A criança de tres anos
Estou lendo o livro A CRIANÇA DE 6 ANOS NO ENSINO FUNDAMENTAL, de Andrea Rapoport, Dirléia Fanfa Sarmento, Marta Nörnberg e Suzana Moreira Pacheco (Orgs.) , que custa em média R$ 34,00 e onde os autores ressaltam a importância de se reorganizar o ensino fundamental de nove anos, garantindo às crianças de seis anos tempos e espaços lúdicos adequados a essa faixa etária. Dentro dessa concepção, apresentam teorias e práticas educativas em alfabetização e em várias áreas do conhecimento, ressaltando a importância das brincadeiras, do afeto e da criação de um ambiente rico de exploração nessa etapa de escolarização. Destaca-se um tema raro na literatura que trata da importância do acompanhamento às crianças na fase de adaptação.
É um livro muito interessante, ainda mais para mim que estou lecionando exatamente para essas crianças do 1º ano do Ensino Fundamental! Mas, como sempre, é fato que discordei de algumas coisas apresentadas... O livro foi indicado pelo MEC, faz parte do PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola -, trazendo consigo muitas ideias de uma proposta de educação onde o processo de alfabetização dura 3 anos!
É dito que não temos a obrigação de alfabetizar nossos alunos no 1º ano, que eles terão até o 3º ano para estarem alfabetizados, o que, como sempre, é lindo na teoria mas que na prática é um absurdo... Será que os filhos dessas pessoas (autores desse livro ou integrantes do MEC) levaram 3 anos para serem alfabetizados? Aposto o que vocês quiserem que NÃO! - Existe uma grande demanda de ansiedade quando a criança ingressa no 1º ano, antiga Classe de Alfabetização, os pais, a família (que transmite essa ansiedade para a criança), a sociedade como um todo quer que essa criança chegue ao final do ano lendo e escrevendo, mesmo que não seja ortograficamente! E a autoestima do professor-alfabetizador, que chegará ao final do ano letivo sem que seus alunos tenham sido alfabetizados? E as piadinhas