A Crian A No Esporte
Benno Becker Jr.
FEEVALE – RS
Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte
INTRODUÇÃO
Algumas centenas de milhões de crianças, nesta última década do milênio, estão envolvidas em atividades esportivas no mundo (Gould,1987). Como grupo, elas representam uma das forças mais poderosas e importantes da atividade humana. Elas comandarão este globo, por isso é do máximo interesse o estudo sobre a influência que o esporte competitivo pode ter sobre a criança.
Há muito tempo é divulgada, através de uma grande parte da mídia, a idéia de que esporte é saúde. Vários estudos têm apontado os benefícios do esporte para a criança (Hellsted, 1995; Roberts, 1992; De Knop et al., 1996; Fepsac, 1996). Nestas últimas décadas, entretanto, uma série de estudos (Skubic,1965; Gelfand & Hartmann,
1967; Martens, 1978; Smith, 1978; Pierce & Stratton, 1981; Gould, 1987; Donnelly, 1993;
Garcés & Canton,1995; Fepsac, 1996; Telöken, 1997; Scalon, 1998), têm apontado prejuízos que o esporte competitivo pode causar às crianças. Nesta mesa redonda pretende-se analisar alguns aspectos cruciais que envolvem a participação da criança no esporte. A INFLUÊNCIA DOS PAIS
O pai, de acordo com Lewkon & Ewing (1980) é a figura de maior influência para o ingresso da criança no esporte, comparado a outras pessoas da família e a própria escola. Nesta última década do milênio há um crescimento importante da mãe, na introdução e manutenção da criança na prática desportiva (Becker Jr., 1992), mormente aquelas separadas que fazem o papel de mãe e pai ao mesmo tempo. Assim, um fator importante para a qualidade da participação da criança nos programas esportivos, é a conduta dos pais (Hellstedt, 1987). Como as pessoas mais próximas dela têm importância em situações de estresse, supõe-se que os pais deem um apoio incondicional nestes momentos (Mills & Clark, 1982). Este comportamento paterno é necessário aos jovens já
que eles não possuem habilidades de enfrentamento dos problemas como os