A copa do mundo é nossa
Vermelho, bairro boêmio da capital soteropolitana. Gil, como era conhecido, costumava dizer que era discípulo da escola peripatética
(1), pensava melhor enquanto caminhava. E dessa vez ele realmente precisava pensar muito. Desde que o Brasil foi anunciado como o país sede da Copa do Mundo, de 2014, Gil sonhava acordado. Fanático por futebol, já se imaginava assistindo a todos os jogos e vendo a seleção canarinho levantar a taça. Até aí tudo bem, ele realmente era louco por futebol. Em 2006, Gil foi à Alemanha assistir a copa, e ainda guardava o gosto amargo de assistir a derrota para o time italiano. O problema, ou melhor, a oportunidade que se apresentava era que Salvador seria palco da festa. A capital baiana foi escolhida pela FIFA para ser uma das sedes da
Copa. O estádio da Fonte Nova, “casa” do amado Bahia, seria reformado para abrigar os jogos. Gil mal podia se conter de tanto orgulho e felicidade; era torcedor “roxo” do Bahia.
A copa do mundo iria atrair muitos investimentos públicos e privados. Salvador seria inundada por turistas, dólares, euros e outras moedas, e Gil queria participar. Queria uma fatia desse bolo.
O problema era que ele ainda não sabia como. Sabia que precisava estruturar um planejamento estratégico e colocar em prática um projeto. Tinha apenas dois anos para arredondar as coisas e sabia que precisava dar o pontapé inicial.
Há oito anos, Gil abriu as portas da ZZZ Transporte Executivo.
A empresa começou com uma van, um carro e um telefone. Anos depois, a frota era formada por 12 vans, 5 micro-ônibus e 11 carros de luxo, 30 motoristas, uma equipe de atendimento e duas sedes
– a matriz em Salvador e a filial de Camaçari.
Olhando para trás não dava nem para acreditar que a ZZZ havia crescido tão rápido. Gil lembrava bem das dificuldades. Quando se formou em administração de empresas não