A contradição do "fim do mundo
A contradição do "fim do mundo"
A angústia frente à morte é algo bastante intrínseco ao ser humano. Se aos animais ela já assusta, diante de nós ela representa o fim de nossos projetos, anseios e esperanças. De nossas alegrias e amores. Ao mesmo tempo, representa a dissolução de padecimentos, aflições, fobias, sendo desejável em muitos casos, embora consista, quase sempre, num fenômeno trágico e dramático: o nosso desespero diante do fim do espetáculo da vida, tal qual menciona o autor Augusto Cury.
Ao analisarmos o fenômeno da morte associado ao fim do mundo, percebemos que aí reside uma diferença principal: o fim dos tempos representa, para o indivíduo, algo mais vantajoso, embora igualmente improvável. A vantagem reside na certeza de que tudo o que ela [ele] identifica como injustiça, representada na fruição de alegrias, benesses, vitórias imerecidas, pelos seus inimigos ou rivais irá ser aniquilado ao mesmo tempo que sua própria vida.
O fim do mundo, para nós, é [seria] algo mais positivo, embora alguns o neguem, estando envolvidos em alguma ilusão ou desfrutando de algum benefício advindo de transações duvidosas ou de alguma lacuna no tempo. Diante disso, a recorrente crença no fim do mundo, tal qual ocorreu no final de 2012, torna-se paradoxal, atingindo as pessoas no seu ego e [e na] esperança num mundo melhor, ao mesmo tempo em que estão imersas na angústia que isso proporciona.
Na verdade, o que cria o sentimento mais tenebroso em nós diante da crença em uma catástrofe que venha aniquilar toda a humanidade é tão somente a incerteza, a improbabilidade de que isso aconteça, posto que jamais tenha acontecido.
O melhor conhecimento dos fenômenos astronômicos, das evidências arqueológicas, das mudanças climáticas e de outros fatores tenderão a desinquietar a maioria dos alarmistas sobre o fim dos tempos, pelo menos da maneira súbita e catastrófica como se costuma acreditar.
Comentário geral
O tema foi abordado de modo crítico e reflexivo, o