A contabilidade nas repúblicas italianas da baixa idade
Maria da Conceição da Costa Marques, Ph.D Professora Adjunta no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra Doutora em Gestão, especialidade em Contabilidade
Miguel Maria Carvalho Lira, MsC Equiparado a Assistente do 1.º Triénio no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra Mestre em Contabilidade e Auditoria
Resumo Neste trabalho procuraremos apresentar uma resenha sobre a evolução sofrida pela Contabilidade na Península Itálica, desde a Alta Idade Média à Baixa Idade Média, designadamente o desenvolvimento registado nesse período nas Repúblicas Italianas que surgiram após a queda do Império Romano do Ocidente. Para além desta análise e da apresentação de alguns exemplos de registos contabilísticos Italianos, da citada época, e dado que a quase totalidade dos historiadores da contabilidade considerarem que o método digráfico surgiu nessas Cidades-Estado, abordaremos – de uma forma sintética – a conjugação de factores que levaram ao aparecimento das Partidas Dobradas, nos finais do séc. XIII, no território da actual Itália. Em resumo, este trabalho procura demonstrar a enorme importância que as Repúblicas Italianas tiveram no desenvolvimento da Contabilidade mundial.
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INTRODUÇÃO
É inegável a peculiar importância da Península Itálica na evolução do pensamento contabilístico mundial, na medida em que foi aí que se deram os primeiros desenvolvimentos realmente importantes na Contabilidade. Deles sobressai a “invenção”, algures nos finais do século XIII, do método de registo contabilístico por partidas dobradas, fruto de um desenvolvimento gradual da técnica contabilística. Assim, o que este trabalho pretende é traçar o desenvolvimento sofrido pela Contabilidade na s Repúblicas Italianas no período compreendido, sensivelmente, entre os séculos XII a XVI. Para além dos aspectos contabilísticos, aqui serão incluídas breves