A contabilidade da vida
Márcio A. Ferlin
05/05/2012
Cada um de nós, ao longo do tempo, vai formando suas convicções de como “as coisas funcionam”. Nossas crenças, dogmas e aprendizados vão moldando nossa forma de ver o mundo e, por consequência, nosso posicionamento diante das ocorrências do dia a dia.
Eu, com graduação em Ciências Contábeis, gostando da lógica dos números, procuro neste texto explicar nossa relação com o universo sob a ótica da contabilidade: tudo o que fazemos gera créditos ou débitos, que se acumulam ao longo de nossa vida (falo da vida eterna) e formam o nosso carma – o conjunto de situações que vão surgindo e formam o cenário sobre o qual se desenrola nossas vidas.
E como seriam os lançamentos desta contabilidade? Vamos entender...
Primeiro exemplo:
Eu, de coração, demonstro paciência com um colega/vizinho chato: 2 créditos para mim.
Suportei uma situação difícil e me tornei uma pessoa moralmente mais elevada.
O chato que, egocêntrico e indiscreto, fica atormentando os outros: 2 débitos para ele. Gastou um recurso do universo – a paciência alheia – e terá que repor de alguma forma.
Segundo exemplo - vejam como tudo depende do nosso posicionamento diante da vida:
Eu não tenho paciência com um colega/vizinho chato e brigo com ele: 1 débito para mim. Não suportei uma situação difícil e possivelmente terei que passar pela prova novamente.
O chato me atormentou e foi xingado: zero créditos/débitos para ele. Gastou um recurso do universo – a paciência alheia – e foi repreendido imediatamente por isso, então já pagou. Pode ser que isso o conduza a uma reflexão que lhe melhore o comportamento, deixando-o apto para buscar créditos com suas novas ações.
A partir destas duas situações podemos imaginar outras possibilidades que o relacionamento entre as pessoas e a natureza pode nos oferecer, sempre gerando débitos e créditos com nossas ações (e intenções).
Todos os lançamentos devem ter o mesmo “valor” a débito e a crédito (é um dos princípios da