A Construção do Psicoterapeuta, segundo a abordagem Gestáltica
CARDELLA, B.H.P. A construção do psicoterapeuta uma abordagem gestáltica. São Paulo: Summus, 2002.
A Construção do Psicoterapeuta, um abordagem gestáltica, da psicóloga e mestre em educação Beatriz Cardella, nos ensina de forma qualitativa como ser psicoterapeuta. Com um discurso poético e coerente Beatriz nos esclarece através de pesquisa realizada com alunos de um curso de especialização em Gestalt-terapia, como se dá a construção de um psicoterapeuta. A obra tem início tecendo sobre as influencias originarias da abordagem gestáltica como a psicanalise, fenomenologia, teoria organismica, existencialismo e o zen budista. Dá ênfase também aos conceitos básicos como organismo-meio, em que o homem tem uma permanente relação com o meio; auto-regulação na constante busca pelo equilíbrio; fronteira de contato como uma conexão com o meio protegendo e delimitando eventos psicológicos; auto suporte desenvolvido gradativamente e compondo a totalidade do homem; o contato – o processo de formação de uma figura contra um contexto (fundo) e o ajustamento criativo.
Para Gestalt-terapia o processo de auto-regulação depende da awareness do indivíduo, ou seja, da sua capacidade de discriminar e consequentemente, assimilar o que é nutritivo e rejeitar o que é toxico. No segundo capitulo a autora trata da fenomenologia como uma alternativa ao paradigma racional, já que na ciência moderna, a construção do conhecimento se dá com uma linguagem sistemática, operacionalizada com resultados obtidos por intermédio da replicação dos experimentos e a fenomenologia nega tanto a objetividade pura como a subjetividade pura, o que significa que o conhecimento constrói-se na intencionalidade da consciência, o fenômeno.
O trabalho do psicoterapeuta como confronto com a alteridade é o tema do terceiro capitulo. A multiplicidade é condição do trabalho do psicólogo e, portanto, é no confronto com as alteridades do outro e de nós