A construção do parágrafo
2.1 A FRASE
Para Othon GARCIA (1985, p.6) “frase é todo enunciado suficiente por si mesmo para estabelecer comunicação. Pode expressar um juízo, indicar uma ação, estado ou fenômeno, transmitir um apelo, uma ordem ou exteriorizar emoções”. As frases, geralmente, integram dois termos, o sujeito e o predicado. Em MEDEIROS (1996, p.141-145), encontram-se diversos tipos de frases:
Frase arrastada
Constitui uma seqüência de frases independentes muito curtas, que se arrastam atadas por conectivos coordenativos (e, mas, aí, então, etc.). Esse tipo de frase é cansativo e destituído de beleza. Ex.: “Fui ver o homem, mas aí encontrei a mulher dele; então falei para ela e não sei o que aconteceu com a perna dele, e ele entrou e eu fiquei conversando com ela; aí então a mulher quis entrar, mas eu segurei o braço dela, e então (...)”.
Frase telegráfica
É a frase rápida, muito curta, despida de superfluidade do período clássico. As unidades são breves e os pontos finais se encontram em todo o período. Seu uso torna clara a idéia do autor, facilitando a compreensão do texto. Esse tipo de frase, segundo MEDEIROS (1996), é mais indicado para narrações, não para dissertações.
O exemplo selecionado pelo autor é retirado de Graciliano Ramos.
Ex.: “Um dia faltou água em casa. Tive sede e recomendaram-me paciência. A carga de ancoretas chegaria logo. Tardou, a ponte era distante – e fiquei horas numa agonia, rondando o pote com brasas na língua (...)”.
Frase de ladainha
Nela é abundante o uso da conjunção coordenativa “e”. Ex.: “Os seus últimos dias foram uma longa e exaustiva luta com a morte; luta que teria sido mais piedoso não prolongar; mas o pai, que era médico, receava; e a mãe, que era simplesmente mãe, implorava; e Roland, que não tinha coragem de deixar morrer o condenado, ia para o quarto dele e lutava; e Dolores (...)”.
Frase labirinto
Constitui-se de uma seqüência de orações subordinadas mal conectadas,