A construção de identidade entre bárbaros e romanos: a sucessão imperial vista por amiano marcelino

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A Construção de Identidade entre bárbaros e romanos: a Sucessão Imperial vista por Amiano Marcelino

Ao longo do presente artigo analisaremos a obra de Amiano Marcelino (325 d.C.-395 d.C.), com especial atenção para a intensa relação que existiu entre Bárbaros e Romanos, no limiar das fronteiras, entre os territórios romanos e não romanos, a chamada barbarização do Império Romano. Embora este termo, barbarização, tenha sido utilizado por muitos romanos de forma pejorativa, a fim de denegrir a imagem do estrangeiro, entendemos que seja o crescente fluxo de elementos estrangeiros nas mais diversas estruturas e níveis da sociedade romana, fato este com notável intensificação no século IV d.C., que marcou e enriqueceu a(s) cultura(s) do período. Sendo esse o momento que nos propomos à análise.
Como ressaltou Henri-Irénée Marrou, a Antiguidade Tardia foi marcada por “sua originalidade e que deve ser julgada por ela mesma e não através dos cânones dos anos anteriores.” (MARROU, 1977, p.13). Dessa forma, podemos observar que a sociedade romana, nesse arco cronológico (do século III d.C. ao VII d.C.), possuía característica próprias e marcantes. Antiguidade que, como pontua Robert Malcolm Errington, respondeu aos “desafios colocados por ambas as forças: internas e externas, mudando e condicionando a estrutura do império de forma tão duradoura que seria difícil subestimar a sua importância.” (ERRINGTON, 2006, p.01).
O conceito referido se opõe ao discurso dos que defende o Declínio e a Queda do Império Romano, sendo esse último caracterizado por ser um período de estagnação e descaracterização cultural, denominação

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