A construção da identidade nacional em o vendedor de passados
Mestranda em Linguagem e Memória Cultural, pelo PPG em Letras - Estudos da Linguagem (UFOP), em que desenvolve o projeto intitulado "Memória, Ficção, História - um estudo de Nação Crioula, de José Eduardo Agualusa", sob orientação da professora Doutora Elzira Divina Perpétua. ** Professora titular e coordenadora do PPG em Letras da Universidade Federal de Ouro Preto.
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Mariana A. Carvalho, Elzira D. Perpétua. A construção da identidade nacional em O vendedor de passados • [página 1/17]
Nau Literária • ISSN 1981-4526 • VOL. 07, N. 01 • JAN/JUN 2011 • seer.ufrgs.br/NauLiteraria movimento pós-modernista em África. Desse modo, indagamos o que vem a ser a pósmodernidade e os porquês de se atribuir ao romance de Agualusa tal rubrica, apesar da afirmação de Padilha de que “no momento histórico da criação de uma rede pós-modernista, de sua sedimentação ou de sua compreensão teórica, a África de língua portuguesa [ainda] tentava deixar de ser [um] singular monolito” (PADILHA, 2002, p. 17) para se tornar países, nações, cada qual com suas particularidades. De acordo com Linda Hutcheon (1988), a pós-modernidade pode ser caracterizada como um movimento questionador, em que estarão presentes muitas indagações não só ligadas à natureza das expressões artísticas, mas a tudo quanto a ela se relacionar. Uma das constantes indagações pós-modernas relaciona-se à natureza da subjetividade e da individualidade dos sujeitos. Segundo Stuart Hall (2006), o sujeito pós-moderno, um ser portador de identidades abertas contraditórias, inacabadas, fragmentadas e descentralizadas, é fruto de algumas mudanças conceituais. A primeira refere-se às tradições