A Construção da Empregabilidade
Lucia Barbosa de Oliveira, 2010
Introdução
O conceito de empregabilidade vem ganhando força nos últimos anos, muito em função das transformações pelas quais passou o mundo do trabalho desde o final da década de 1970. Se antes as empresas podiam e tinham interesse em manter uma força de trabalho estável, em oferecer oportunidades de ascensão e de carreira dentro da empresa, hoje a situação é outra. Na esteira das mudanças no funcionamento das empresas, mudaram as regras do mundo do trabalho.
Ao invés de estabilidade e segurança, as empresas agora oferecem apenas a oportunidade de um trabalho desafiador (e muitas vezes estafante) e a perspectiva de maiores ganhos, fruto da crescente utilização de planos de remuneração variável.
Antes de discutirmos a empregabilidade e suas características, é necessário fazer uma análise crítica do conceito e avaliar as razões para sua popularidade. Em certa medida, a empregabilidade surge como resposta dos empregadores às novas condições do mercado de trabalho. Já que não podem mais oferecer empregos estáveis e seguros, buscam colocar que a responsabilidade pela manutenção do emprego, e pela conquista de outro se necessário, é agora do trabalhador.
Por outro lado, também precisamos levar em conta que a empregabilidade representa uma saída confortável para as empresas e o Estado, já que transferem para o empregado todo o ônus de sua situação no mercado de trabalho. De acordo com a lógica da empregabilidade, se uma pessoa não consegue um trabalho satisfatório é porque não se qualificou o suficiente, não tem posturas adequadas no ambiente de trabalho, não busca criar e manter uma rede de relacionamentos que lhe dê acesso às oportunidades que surgem, não sabe realmente o que quer, não é flexível o suficiente – ufa!
Dito isto, a realidade do mercado de trabalho torna necessário que pensemos nossa carreira e que trabalhemos no sentido de criar e manter nossa empregabilidade. O