A consolação da filosofia
Faculdade de Filosofia
MATÉRIA: História da Filosofia II
PROFA.: Silvia Contaldo
ALUNO: Juscelino Honorato Borges
Boécio- A consolação da Filosofia
Maio de 2010
Instada a responder a indagação de Boécio, a Filosofia ensina que falar em acaso, é o mesmo que dizer: sem sentido. Pois aonde mora Deus, de onde provem todas as coisas, o acaso não pode cohabitar. Não é possível que algo surja a partir do nada: “esse é uma axioma cuja verdade jamais foi contestada...”(Boécio. p,132)> O nada se realizaria somente se um fato qualquer se produzisse sem uma causa. O que é irrealizável! E se isso não acontece também o acaso não pode acontecer. Diante de um Boécio desassossegado, ansioso para saber a natureza das coisas, a Senhora Filosofia apanha a Física de Aristóteles para, segundo ela, definir próximo da verdade: “Toda vez que uma ação é realizada por um determinado fim, mas algo além do que estava sendo procurado acontece por uma razão ou outra, isto se chama acaso. Afirma que o acontecimento tem a sua própria causa. Pois se acontecem fatores que concorrem para um mesmo resultado, caso de um agricultor que ara a terra para o plantio, e encontra um tesouro escondido no local por um homem, essas, portanto são causa. Resultado de uma série de circunstâncias. E daí, nem quem enterrou o ouro muito menos aquele que revirou a terra o fizeram com a intenção de que o ouro fosse descoberto. Assim a Filosofia definiu o acaso como “um acontecimento inesperado, resultado de uma somatória de circunstâncias, que aparece no meio de ações realizadas com uma finalidade precisa”.
Boécio se opõe alertando que se há um inevitável encadeamento de acontecimentos solidários a produzir algo determinado, restaria pouco espaço para o livre-arbítrio; pergunta se a resolução do encadeamento do destino abarca também o movimento da alma? Como num salto, a Filosofia determina que o livre-arbítrio