A Conquista do P o
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Pelo leitor: Leandro da Silva Bertoncello
Na obra *A conquista do pão*, o escritor russo Piotr Kropotkin, um dos principais pensadores políticos do anarquismo<http://pt.wikipedia.org/wiki/Anarquismo> no fim do século XIX <http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XIX>, analisa as causas da desigualdade social em face da riqueza produzida pela humanidade, propõe uma forma de sociedade alternativa à atual e aborda os meios para que ocorra essa transformação social. O texto foi originalmente publicado em 1892. No entanto, permanece atual e apto a servir como base para uma reflexão acerca dos problemas da nossa sociedade. Kropotkin caracterizase pela riqueza de detalhes com que apresenta suas ideias, assim como pela densidade do texto produzido. A presente resenha limitase a destacar alguns dos pontos tratados no livro, mas de modo algum pretende dispensar a leitura do inteiro teor da obra.
A humanidade evoluiu muito desde a época em que lutava para sobreviver na idade da pedra, até os dias atuais em que a agricultura obtém colheitas prodigiosas e a indústria e a mineração tornaramse muito produtivas. A humanidade já pode permitirse uma existência de riqueza e luxo. Mas, apesar disso, como se explica tanta miséria ao nosso redor? Porque tudo o que é necessário à produção foi usurpado por alguns.
Milhões de seres humanos trabalharam para tornar possível esta civilização de que nos orgulhamos; milhões ainda trabalham para mantêla. Mas, devido à organização elaborada pelas minorias que monopolizam as riquezas, o filho do trabalhador é mais pobre do que um selvagem. Disso resulta que a empresa não se preocupa com as necessidades da sociedade, mas sim em aumentar os benefícios para seu proprietário. A busca por mercados e a competição com outros Estados resultam em guerras que massacram a população.
Kropotkin exclama que *tudo é de todos!*, e sendo os meios de produção obra da coletividade humana,