A Conquista da America
Todorov usa diversas fontes para embasar seu texto: desde as cartas de Colombo, até Las Casas e Sahagún. Esse é um ponto em que critico, afinal, o autor deu voz apenas aos espanhóis, deixando a “versão” dos índios de fora… Mas também reconheço a dificuldade – para não dizer, impossibilidade – para se encontrar fontes desse tipo. A opção seria apenas a análise pictográfica – estudar os vestígios deixados pelos povos pré-colombianos. Os Maias, por exemplo, foram os únicos a desenvolverem a escrita, mas seus livros foram queimados pelos europeus… Daí percebe-se a dificuldade em apresentar todos os lados da história, correto?
Todo o decorrer da obra é marcado pelo sangue, ambição e “cegueira”… É realmente uma obra escrita por um europeu arrependido que tenta retratar os abusos cometidos por seus antepassados. Para quem quer compreender a Conquista da América essa é uma leitura obrigatória.
Leitura fluente e impactante, nos transporta para o período pré-colonial da América e nos faz imergir nesse universo dolorido do nosso passado. Todorov não poupa palavras para descrever as mazelas impostas aos colonizados.
Vale ressaltar que a narrativa apesar de bem elaborada é de fácil acesso. Termos totalmente claros e orações bem construídas nos envolvem abrasadoramente, possibilitando uma leitura digestível apesar do conteúdo funesto e denso. Indico a leitura da obra, sem qualquer restrição! Boa