A concepção técnico-científica
É possível encontrar, hoje em dia, nas instituições escolares formas diversas de gestão. Algumas possuem características bem semelhantes, que são todas as pertencentes do grupo chamado concepção sociocrítica, e outra que difere bastante: a concepção técnico-científica.
Essa concepção, vale ressaltar, ainda é dominante na realidade das escolas brasileiras, embora já seja possível notar a presença de gestão democrática em algumas exceções. Isso se dá devido à carga histórica, à tradição de classes e pela forma como a escola nasceu no país. A característica chave desse tipo de gestão é a direção centralizada em um indivíduo: o diretor; e a hierarquia tem uma importância muito acentuada, as decisões sempre vêm de cima para baixo e as outras pessoas pertencentes ao âmbito escolar, claramente subordinados do diretor na ordem de classe, não possuem o direito de participar das tomadas de decisões.
O diretor é o centro do processo, é ele quem coordena, administra, ordena, elabora os planos de ação que devem ser cumpridos por todos os outros membros da escola (professores, alunos, funcionários), não é um líder cooperativo e sim autoritário. As escolas que adotam essa concepção técnico-científica não levam em conta a subjetividade, o currículo oculto, as relações interpessoais, as necessidades e objetivos peculiares dos diferentes seres humanos envolvidos. E não levam em conta justamente por não conhece-los , por não dar a eles a oportunidade de opinar, se expressar e participar ativamente.
Existe uma ênfase nas tarefas e não nas pessoas, não existe diálogo nem acordo, e a organização se dá através de normas e regras rígidas. O que é esperado, nessa gestão, é somente o alcance dos objetivos escolares, e estes às vezes podem ficar desfocados perto da estrutura organizacional supervalorizada. Ora, também é possível atingir metas através das outras concepções, mas a diferença é que nesta aqui os objetivos não foram