A concepção harmônica e melódica em jorge do fusa
Italo Peron
Paulo C. Moura
“...estimo que eu possa interpretá-las a contento. Pede-lhe que m'as envie por escrito. Sentir-me-ei honrado com isso. Mas avisa-o: nada excessivamente moderno. Prefiro aquelas em que tenha inculcado seu sentimento e não seu talento. Este, os músicos já conhecem sobejamente e o público não reconhece, e aquele é, inversamente mais objetivo. Não vês o Garoto? Faz música para músicos e dá-se mal...”
Através deste trecho de uma carta de Jacob do Bandolim ao cantor Alberto Rossi, datada de Dezembro de 1952, encontramos uma referência ao trabalho de Aníbal Augusto Sardinha, o Garoto (1915-1955)(1).
Instrumentista e compositor, Garoto já tocava profissionalmente aos 12anos de idade, integrando diversos conjuntos instrumentais da época. Sua excepcional facilidade permitia-lhe atuar com extrema desenvoltura em vários instrumentos como o violão, o violão-tenor, o banjo, a guitarra e o cavaquinho. Em suas experiências como músico incluem-se alguns números nos quais teria acompanhado Carlos Gardel, em Buenos Aires (fato não confirmado), e uma excursão de oito meses aos E.U.A., com Carmen Miranda e o famoso Bando da Lua.
Participou também de inúmeros programas de rádio em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde atuou como integrante e solista da Orquestra da Rádio Nacional (então regida por Radamés Gnatalli) em vários programas. Em 1953, com a Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro sob a regência de Eleazar de Carvalho, interpretou o Concerto no 2 para violão e orquestra de Radamés Gnatalli, que lhe era dedicado. Suas músicas mais conhecidas são Duas Contas (letra e música suas) e Gente Humilde, que posteriormente recebeu letra de Vinícius de Morais e Chico Buarque de Hollanda. Grande parte de sua produção, porém, é instrumental, e dessa, poucas composições são conhecidas do grande público (nessa categoria,Tristezas de um Violão é a sua peça mais divulgada).
Na referida carta do