A concepção do sujeito
Histórico
Século XVI – O pensamento científico fundamentava-se em semelhanças: conhecer era encontrar o mesmo, o idêntico, sempre estável, imutável.
Século XVII – O surgimento do pensamento cartesiano exclui a semelhança como forma primeira e experiência fundamental do saber. Considera fundamental analisar identidades e diferenças; avalia que a semelhança não revela a verdade das coisas por se encontrar do lado da imaginação.
O saber construído até o século XVI mostrava-se frágil e ilusório: o mundo foi posto em dúvida. Para que esta dúvida pudesse ser vencida, fazia-se necessária uma distância entre sujeito e objeto: o sujeito que conhece vai se encontrar numa posição de exterioridade em relação ao objeto a ser conhecido e o corpo, as coisas e os seres serão postos entre parênteses.
A FILOSOFIA CARTESIANA
A filosofia cartesiana induz a uma atitude ordenada ao redor do conceito de representação. Representação designa uma reapresentação que sucede a uma primeira relação com o mundo. Implica uma posição de exterioridade em relação ao que se apresenta. Refere-se ao conteúdo do pensamento.
A filosofia cartesiana é dominada por esta lógica da representação: aquele que pensa não está apoiado sobre o mundo, mas sobre si mesmo, sobre seu próprio poder de conhecer através da sua capacidade de pensar.
A subjetividade cartesiana será o eu representando o si mesmo e o mundo, implicando a preponderância da alma sobre o corpo.
O MÉTODO CARTESIANO
O método cartesiano não se baseia nos objetos exteriores, apóia-se nas operações próprias do pensamento. Seu objetivo inicial consiste em guiar o espírito no exercício das duas operações fundamentais: a intuição e a dedução capazes de distinguir o verdadeiro do falso e que constituem a razão, inerente ao espírito pela sua própria natureza.
A função deste método é colocar em ordem os objetos a serem