A concepção do ensino do inglês como língua falada por não nativos – uma proposta em prol da diversidade linguístico-cultural?
Carla Drielly da Costa Santana (UFRPE/UAST)1
Walison Paulino de Araújo Costa(UFRPE/UAST)2
A língua inglesa, durante muito tempo, gozou de um status de pertença, com quase exclusividade, à grande potência mundial. É tanto que, ao referir-se à expressão inglês como língua estrangeira, logo se antepunham os hegemônicos Estados Unidos da América como estandarte representativo desse sistema linguístico e como modelo de cultura anglófona. Todavia, pesquisas que já ultrapassam uma década sinalizam a rediscussão da questão do inglês ensinado em países como o Brasil, por exemplo, onde, pela dimensão que a interação entre pessoas de diversas origens alcançou, não cabe mais reservar a alcunha de estrangeiro a um inglês que, na maioria das situações, é usado por falantes não nativos. Dessa forma, o inglês não é propriedade exclusiva dos EUA, tampouco de quaisquer outros países onde o inglês é falado como primeira ou segunda língua. Ademais, não se trata apenas de uma simples matéria terminológica, mas reserva para os profissionais dessa área implicações diversas que devem ser consideradas para pensar o processo ensino/aprendizagem do inglês, em um momento tão complexo pelas demandas interculturais causadas pela onda de globalização que vem banhando as relações em proporções mundiais. Por essa razão, nosso objetivo é discutir o papel do inglês na escola básica – teremos espaço para uma língua homogênea, sem variações e que carregue os valores, a cultura de um determinado país ou é tempo para irmos um pouco mais em busca de um inglês fruto da concepção de diversidade linguístico-cultural, trazendo como consequência a desterritorialização? Como suporte teórico, temos: Hinkel (2001) e Siqueira (2011). Como se trata de uma discussão teórica, não possuímos resultados mensuráveis, mas podemos afirmar que, qualitativamente, percebemos um avanço na