A comunicação e as organizações como sistemas complexos: uma análise a partir das perspectivas de Niklas Luhmann e Edgar Morin
| E-ISSN 1808-2599 |
A comunicação e as organizações como sistemas complexos: uma análise a partir das perspectivas de
Niklas Luhmann e Edgar Morin
João José Azevedo Curvello e Cleusa Maria Andrade Scroferneker
Este texto tem por objetivo refletir, por meio de
1 Descobrindo a complexidade
O pensamento complexo, na forma como o
pesquisa bibliográfica e análise teórica, sobre as
conhecemos hoje, começa a se delinear a partir das
possibilidades de compreensão e apreensão da
transformações nas ciências naturais e matemáticas
complexidade das organizações e da comunicação a partir de lentes paradigmáticas que propõem
no início do século XX, que colocam em dúvida
concepções simultaneamente distintas e
“o estatuto epistemológico e ontológico da física
complementares. Por um lado, o Paradigma da
Complexidade desenvolvido por Edgar Morin,
newtoniana, à qual se ligavam as idéias de universo
que revela a exaustão do antigo paradigma,
determinista, reduções e causas últimas, mecanismo
identificado como Paradigma da Simplicidade. De outro, a abordagem sistêmico-comunicacional de
Niklas Luhmann, que muda o olhar para a relação de diferenciação que acontece entre sistema organizacional e ambiente e quebra com a tradição
e reversibilidade” (NEVES; NEVES, 2006, p. 183).
Até então, vigorava uma visão de mundo que se baseava na ordem das coisas, na legislação
de análise do todo e da parte.
universal, na matemática, na sistematização do real,
Palavras-chave
no absoluto, na máquina.
Complexidade. Sistemas sociais. Organizações.
Autopoiese. Recursividade. Comunicação.
Essa visão, marcada pela racionalidade científica, reduzia os fatos sociais às suas dimensões
João José Azevedo Curvello | curvello@pos.ucb.br
Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Professor e diretor do Programa de Mestrado em Comunicação da