A complexidade do tempo histórico
A complexidade do tempo histórico
Pensar sobre o tempo na História é fazer um exercício sobre como romper com essa concepção que está há muito tempo ancorada em nossa vida e no nosso cotidiano, e pensar no tempo por nós vivido e percebido como tal, compreender que as noções que temos e construímos sobre o tempo, inclusive quanto ao seu caráter cíclico e renovador, são representações elaboradas por homens e mulheres de diferentes épocas, a partir de determinados contextos e necessidades. É identificar que o saber que temos acerca do tempo histórico se construiu a partir de determinados referenciais explicativos da realidade daquele momento especifico, é compreender que este saber é um longo processo de aprendizagem que nos é ensinado cotidiana e silenciosamente e, por isso, passamos a conceber as noções de tempo como se fossem naturais e não resultados de longos processos históricos.
Reis aborda o tempo em diversas formas, tanto em sua relação com a história, e também como representação intelectual e cultural. O tempo parece imprescindível, e é descrito de modo contraditório, pois assim como as coisas podem parecer boas, podem está ruins e na maioria das vezes queremos que o tempo passe e outras que ele perdure. Assim somos nós com o tempo.
Quando nos referimos ao tempo, usamos expressões como antes, depois, durante presente, futuro. Essas expressões apontam atribuições temporais. Os diferentes dizeres sobre o tempo construirão diferentes perspectivas teóricas, pois a experiência com o tempo sempre estará mediada por um sistema simbólico ou cultural.
Podemos perceber o tempo no nosso dia-a-dia, nos movimentos, na diferença entre dia e noite e no corpo humano, que esse é cheio de mudanças e transformações. Segundo Reis, o nosso corpo é um relógio vivo, pois o tempo do relógio se inspirava na regularidade da natureza e antes o relógio diário era a rotina das tarefas da agricultura.
O tempo pode ser percebido também na vida psicológica individual,