A classe operaria vai ao paraiso
O filme “A classe operária vai ao paraíso” retrata a situação dos trabalhadores da época do fordismo através do personagem de Lulu Massa.
Esta era uma época marcada por um equilíbrio de poder entre o trabalho organizado, o capital coorporativo e a nação-Estado, ou seja, foi feito um pacto fordista para eliminar as barreiras contra seu estabelecimento e através de um modo de regulamentação baseado em normas, hábitos, leis e valores tornou-se um sistema viável. Existem vários aspectos a serem analisados nas cenas, porém um dos mais importantes de ser destacado é o fato do operário Lulu, antes de sofrer o acidente envolvendo seu dedo, ser obcecado por seu trabalho e pelas quotas que deveria de cumprir diariamente, o que consumia totalmente sua vida tanto física quanto psicológica. Era também um trabalhador alienado, visto que uma das principais características desse sistema consiste em uma detalhada divisão do trabalho e no fato de o trabalhador permanecer em uma posição fixa, o que leva a uma aumento na produtividade, e assim, na produção em massa para o consumo em massa. Outro aspecto a ser analisado em relação ao fordismo dentro da fábrica BAN era a separação entre gerência, concepção, controle e execução, em que os trabalhadores ficavam afastados dos donos e gerentes, além de existirem funcionários que percorriam entre a execução para controlar e avaliar a produção e rendimento de cada um. Dentro do pacto fordista, o trabalho era organizado e sindicalizado, afim de haver um maior engajamento na produtividade, porém sempre existiram sinais de descontentamento entre alguns operários, o que foi bem retratado no filme, principalmente por Lulu, em que após o acidente, começa a criticar tal modelo de exploração e se opõe ao sindicato contestando o sistema de cotas, até ser demitido. Fora do contexto da fábrica, foi possível perceber o quanto a indústria cultural, que era um modo de regulamentação do sistema, estava presente na