A ciência é masculina? é sim senhora!
Attico Chassot
Programa de Pós Graduação em Educação – UNISINOS - Brasil
Uma contextualização
Este texto amplia de discussão trazida no livro A Ciência é masculina?
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, que traz no título polêmico. Na folha de abertura dou resposta rasa à interrogação-título: É sim, senhora! Trago aqui, além do essencial do livro - com perdas que podem ser inferidas - respostas a questionamentos recebidos. Postos esses esclarecimentos sou privilegiado em poder ampliar no
XII CIAEM considerações que parecem facilitadoras para conhecer mais a Ciência e as razões pelas quais ela é uma construção realizada muito mais homens do que mulheres.
Não só a Ciência, mas (quase) toda a produção intelectual é predominantemente masculina
Quando se busca caracterizar a Ciência, há algo que aparece muito naturalmente e que não necessita de muitos esforços para ser evidenciado: o quanto a Ciência é masculina. Talvez, o que seja muito mais complexo é explicar - ou pelo menos aceitar - o porque dessa situação. Isso parece não ser diferente quando se fala nas Artes. Quais as mulheres proeminentes que aparecem na constelação de grandes compositores, pintores ou escultores? Também na Filosofia, encontramos nomes poucas mulheres, se comparado com os de homens. A Teologia é uma área de domínio dos homens. Na Igreja católica há muitas ordens religiosas femininas fundadas por homens. Preliminarmente parece que se possa concluir que não é apenas a Ciência que é predominantemente masculina, mas nossa civilização, já há alguns milênios.
Antes de discutir o porquê dessa situação, há uma explicação rasa, mas racional: não somos assim – ou não pensamos assim – por acaso. Há razões / explicações por sermos desta maneira – aqui o sujeito é: nós os humanos -, numa análise focada na civilização ocidental. E este recorte é significativo, até porque as explicações que tento buscar têm origem exclusiva em raízes européias, que