a ciência norte americana visita a amazônia
Viagem no XIX, tese de livre-docência inédita, FFLCH/USP, 2005.
Uma perspectiva mais ampla dessa expedição pode ser encontrada também na visão crítica construída por William James, que participou da Expedição Thayer na juventude, no papel de coletor-voluntário. Para tal, ver: M. H. P. T. Machado (ed.),
Brazil Through the Eyes of William
James. Letters, Diaries, and Drawings, 1865-1866.
MARIA HELENA PEREIRA TOLEDO MACHADO
A ciência norte-americana visita a Amazônia: entre o criacionismo cristão e o poligenismo “degeneracionista” mariahelena.indd 68
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MARIA HELENA
PEREIRA TOLEDO
MACHADO é professora do Departamento de
História da USP e autora de, entre outros, Brazil
Through the Eyes of
William James. Letters,
Diaries, and Drawings,
1865-1866 (David
Rockefeller Center for
Latin American Studies/
Harvard University Press).
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LOUIS AGASSIZ: UMA CIÊNCIA
CRIACIONISTA?
uma ciência edificante e cristã, atraíam multidões que se deliciavam em ouvir as carismáticas apresentações do professor que sempre acabavam por sublinhar o maravilhoso papel do Criador na variedade das formas da natureza1.
Em suas palestras Agassiz sublinhava a existência de uma intenção divina que atuava diretamente, por meio das sucessivas catástrofes e recriações do mundo.
Nessa visão, como ente privilegiado, ao cientista cabia desvendar o plano divino por meio da observação científica da natureza. Destinado a esclarecer os desígnios divinos, o cientista deveria ler na “bíblia da natureza” os caminhos traçados pela onisciência divina, assim ocupando o lugar tradicionalmente reservado aos teólogos e pastores. Dessa forma, se por um lado
Agassiz decididamente se alinhava no campo daqueles que consideravam a ciência empírica como a chave do